sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O Marketing no crescimento e desenvolvimento de Angola

O MARKETING é uma poderosa ferramenta de gestão, imprescindível as organizações modernas. Os gestores angolanos ganharam finalmente a noção de que os conceitos e inovações do marketing criam impacto nos hábitos de consumo dos angolanos, pois prevalecia a percepção que apenas num futuro longínquo tais conceitos e inovações, poderiam ser aplicados no nosso mercado.
O rápido crescimento económico que o país experimenta, tem permitido o aparecimento de novas realidades, influenciando o ambiente de negócios em Angola, quebrando paradigmas, redefinindo padrões de comportamento organizacionais, exigindo habilidades, conhecimentos, desempenho, responsabilidade e postura ética dos profissionais que exercem funções de gestão, levando as instituições a repensar as suas estruturas organizacionais e metodologias sobre estratégia de gestão.
Assiste-se hoje em Angola, a utilização crescente do termo Marketing, embora quase sempre associado ao termo publicidade, observando se muitas vezes que marketing e publicidade
são tratados como sinónimos. Saber a diferença entre os termos e, principalmente a abrangência
da sua aplicação, evitará equívocos e permitirá uma melhor orientação ao profissional incumbido de gerir as acções de marketing de determinada organização.
O marketing é tanto um estilo de vida, uma forma de estar, quanto uma ciência. Como estilo de vida o marketing, não deixa de ser uma espécie de cultura sobre os objectivos de quem produz e os interesses de quem consome e o seu potencial inter-relacionamento. Desde a identificação de uma necessidade no mercado até a colocação do serviço/ produto ao alcance do consumidor é marketing, ou seja, tudo o que contribui para construir a marca tem potencial de marketing. Como
ciência o marketing é o modo específico de efectuar e levar a cabo a relação de troca, consistindo
em identificar, criar, desenvolver e servir a procura de mercado. O papel central do marketing tem
a ver com gestão e com a educação de uma MARCA, porque nada é mais oficial do que a marca e tratar da marca é como tratar de um órgão vital do negócio, exige cuidado, respeito, responsabilidade e compromisso. Uma marca é um factor de confiança, não é um produto,
é a soma das sensações que se consegue deixar impressas no imaginário das pessoas. O marketing é o veículo que faz a marca chegar aos seus potenciais consumidores, logo, se os fundamentos relacionados a marca, identidade, promessa de valor, posicionamento e a estratégia
estiverem bem definidos, os programas de geração de procura certamente vão gerar bons resultados.
Sabemos hoje que a relação com o cliente não mudou de forma revolucionária, mas sim de forma evolucionária.
Nos mercados, o marketing e as vendas continuam a ser a equação que determina a oferta e a
procura, apenas hoje a relação com o cliente é mais rápida e os estímulos e as respostas são mais instantâneas.
Estamos perante um conjunto de consumidores capazes de manifestarem de forma cada vez
mais qualitativa as suas opções e cada vez mais exigentes nos produtos e serviços que se predispõem a consumir. Podemos então claramente afirmar, que o conceito actual do marketing parte das necessidades do consumidor e são elas que orientam a produção.
Com o rápido desenvolvimento que se verifica em Angola, o desafio será de nos tornamos actuais num mundo cada vez mais globalizado, perceber que a velocidade que ocorrem as mudanças faz com que o trabalho de marketing seja cada vez mais a percepção real do mercado local em que se esta inserido mas num contexto cada vez mais globalizado.
O marketing tem a função de ser a voz do consumidor dentro da instituição, tem que coordenar e influenciar comportamentos, com uma estratégia bem definida e delineada.
O marketing ajuda a comunicar a proposta de valor que a marca se propõe a oferecer aos seus
segmentos alvos, mas é de facto a organização que permite que esse valor exista. A publicidade apenas gera expectativas em torno da marca, ela não comunica a marca, porque é a organização que faz chegar aos seus consumidores, respondendo ou não, as promessas veiculadas
pela publicidade.
Ao analisar o estágio do marketing em Angola, é possível fazer a seguinte pergunta: O conhecimento pleno do marketing, assim como a sua aplicação ocorre em todas as organizações angolanas? Se o marketing fosse entendido como uma das ferramentas essenciais no processo
de gestão para satisfazer o consumidor, trazendo lucro para a organização, poderia afirmar que
sim. A verdade é que encontramos um grande número de organizações em Angola que confunde marketing com publicidade e quando comparadas com outras organizações a nível mundial, precisarão de passar por uma revolução interna em suas práticas e culturas de gestão.
Angola de hoje não deve ser vista, no seu mercado de consumo, como um ambiente de simples troca, compra e venda de produtos e serviços.
O desequilíbrio entre a oferta e a procura obriga a uma criteriosa segmentação de mercado
com vista a garantir a sobrevivência das organizações, num ambiente de crescente intensidade competitiva, incompatível com o erro e o improviso.
O marketing é também uma ciência de criatividade e a publicidade é uma das ferramentas por ele usada, que quando bem integrada no plano de marketing, irá transmitir de forma consolidada a proposta de valor a que a organização se propõe.
Assim, como uma ferramenta poderosa na gestão das organizações modernas, um plano de marketing bem integrado e consolidado, faz com que a organização aumente as receitas, diminuindo o esforço e habilidade na gestão da procura.
Na gestão moderna, o que torna o marketing imprescindível é a importância atribuída à criação de
marcas diferenciadas. O marketing descobre o potencial das marcas como forma única de apelo ao consumo, muito para além das funções clássicas de distinção de concorrência e identificação do produto ou serviço, indo mais longe, atribuindo-lhes características intangíveis, valores, sentimentos, ideias ou afectos, dando uma maior relevância a marca.

Telma Gomes
*Directora de Marketing
do Banco Privado Atlântico

Fonte: Novo Jornal

Manuel P. Andrade

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